quinta-feira, 25 de agosto de 2011

NÃO ESTAMOS À VENDA

Paulo Roberto de Borba, Presidente da OAB/SC - Diário Catarinense, 25/08/2011

O advogado Marcelo Peregrino Ferreira, ao criticar a OAB/SC, em artigo publicado no dia 18, conseguiu duas façanhas: primeiro, mostra que não se constrange em falar sobre assunto que desconhece; segundo, ofende mais de 6 mil advogados que prestam um serviço honrado aos carentes, quando sugere que o sistema implicaria em indireta compra de voto. Ao sugerir que estão à venda, insulta a inteligência dos colegas e parece ignorar a lucidez e o discernimento de quem ganha a vida exercendo seu ofício sem qualquer posicionamento político, mas por uma decisão profissional.

Surpreende que o articulista pareça ignorar que defensoria não é esmola. É trabalho dos mais dignos porque voltado aos necessitados, consolidado em mais de 22 anos, atendendo com uma abrangência que a defensoria pública em nenhum Estado oferece. Cada vez que se critica o sistema, quem não o conhece e nem à OAB, retorna ao nunca ocultado art. 5º da LC 155/97, ou seja, aos 10% repassados à OAB para manter em funcionamento a infraestrutura da defensoria dativa. A manutenção do sistema tem custos, que não podem ser suportados pela OAB ou pelos advogados, mas pelo Estado, que deve o serviço à população. E recorde-se que são custos muito menores que os da defensoria pública.

Destacam-se, no texto do articulista, os motivos para atacar um sistema que funciona e os advogados que o integram; ao mesmo tempo fala de eleições na OAB, sugerindo desde já os motivos que o levam – e, consequentemente, o seu grupo – a combater um trabalho exemplar. O que também chama a atenção são o ódio e o desprezo corporificados por palavras inadequadas em um texto ao qual falta equilíbrio e maturidade. O autor finaliza tachando de “palhaços” os carentes, e com isso coloca na mesma posição os mais de 6 mil colegas que para eles trabalham.

É a distorção das palavras a serviço da frustrada tentativa de ocultação de motivos. No ataque premeditado à OAB/SC sobrou veneno e destempero até aos catarinenses carentes e seus valorosos advogados.


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